sábado, 30 de agosto de 2008

Fotografando o ENCA


José Albano
Fotógrafo
Graduado em Letras pela UFC
Mestrado em Fotografia na Syracuse University, Nova York

Para mim, fotografar o ENCA (Encontro Nacional de Comunidades Alternativas) se tornou uma obra de amor. Vivencio a dificuldade de me dividir entre participante e ob­servador e também a di­ficuldade de controlar minhas emoções, pois várias vezes tive o visor da câmara embaçado pelas minhas lágrimas...
Outro tipo de emoção é registrar, ano a ano, o crescimento das crian­ças... Algumas, que fotografei quando ainda eram bebês, agora já entram na adolescência.

Ir pro ENCA com a missão de fotografar tambem significa para mim a oportunidade de conheçer belos recantos desse imenso Brasil que percorro, quilômetro a quilômetro, na minha velha motocicleta, enfren­tando sol e chuva, calor e frio...

O ENCA é também uma desculpa, um pre­texto que ofereço como explicação para me ar­rancar das rotinas e exi­gências profissionais do mundo moderno onde tenho que trabalhar para sobreviver. Sair de moto pelas estradas, acampan­do na minha barraca no que parece ser uma viagem de férias, fica me­lhor aceito quando digo que estou viajando a ser­viço! E a serviço estou mesmo: a serviço de uma nova proposta de vida que estou registrando com minha câmera, meu olho e minha alma. E com estas fotografias, espero levar ao público uma mensagem de espe­rança: a boa notícia do que se pode fazer para reverter o quadro atual de abuso ecológico, de medo, de frustrações e ameaças à saúde física e emocional da humanida­de, resultantes da violên­cia e das dificuldades impostas por essa cultura de massa, voltada para o acúmulo de bens mate­riais, o consumo de su­pérfluos, o individualismo e a competição, que estão levando ao esgota­mento a vida e o habitat do homem moderno...

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