Gilfrancisco Santos
Jornalista e pesquisador
Considerado um clássico da sociologia da literatura, Walter Benjamin é o grande teórico da modernidade, visto que é impossível compreender os caminhos da sociedade e cultura modernas sem as análises profundas que ele fez de suas estruturas e de seus processos. A necessidade de se estudar a fundo a totalidade da obra desse autor, para se ter uma idéia do seu conceito de crítica e prática, e vê-lo através de suas múltiplas facetas; como pensador, pesquisador e escritor original.
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I. A chamada escola neohegeliana de Frankfurt (origináriamente composta por Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse e Siegfried Kracaner), é uma das mais sugestivas formações ideológicas do nosso tempo. O nazismo e a guerra, que lhe dispersaram o grupo inicial, não lhe destruíram a unidade de espírito. Walter Benjamin foi um dos pilares da Escola, mas, ao mesmo tempo, afastou-se dela à medida que avança na direção do marxismo. Amigo de Adorno, com que teve em 1930, discussões por ele mesmo qualificadas como “históricas”, com o apoio deste, teve vários de seus trabalhos publicados na revista do Instituto. Todos esses elementos vinculados ao grupo, salientam-se, por razões diversas, o nome de Benjamin e Habermas.
Desde 1929, vinha sendo dirigida por um ex-assistente do Ordinarius Hans Cornelius: Max Horkheimer. Em torno do Instituto se desenvolveram as atividades de um grupo de pensadores que ficou conhecido como a Escola de Frankfurt. O exílio nos Estados Unidos, onde Adorno, Marcuse e Horkheimer encontraram o arquétipo da sociedade tecnológica plenamente desenvolvida. Para os três exilados, a cultura americana não é senão o último e mais sutil avatar de repressão.
Segundo Marcuse, o objetivo dos seus estudos é a “interpretação de algumas das idéias dominantes da cultura intelectual da ideologia”, ou seja, a ambição de Marcuse é rastrear uma evolução paralela no terreno da cultura (especificadamente na filosofia). No livro “Dialética do Esclarecimento”, escrito por Adorno e Horkheimer nos Estados Unidos, saudados como clássico desde sua publicação em 1947, trata-se de uns ataques vigorosos às produções do capitalismo cultural, que põe tudo na linha de montagem e a tudo confere um ar de semelhança. O uso da expressão “industria cultural” empregada por eles pela primeira vez, disseminou-se e passou a valer como moeda de troca para todos os artistas queixosos do establishment.
O nome de Habermas está intimamente associado ao da Escola, pois com a morte dos seus fundadores em especial, Adorno, Horhkeimer e Marcuse - Habermas é considerado o último representante da teoria crítica da sociedade. Desde que assumiu o cargo de assistente de pesquisa (1956-1959) no Instituto para Pesquisa Social, Habermas dedicou-se intensamente a atividades acadêmicas. O certo é que nos bastidores da Escola de Frankfurt, as tensões, as convergências e divergências existentes no pensamento do grupo, tanto no âmbito estético e filosófico quanto no político e social, estiveram sempre presentes em todos eles.
Assim individualizada, a Escola constitui o objeto de apreciações de ordem filosóficas, sociológicas e políticas, mas a aproximação puramente histórica assim como a aproximação defensora parece omitir um momento preliminar do questionar da identidade do próprio fenômeno. Os membros da Escola de Frankfurt, tinham uma posição antifascista, socialista, influenciada com o “maxismo leninismo”, porém tinham a preocupação na época de não somar com os inimigos da União Soviética. Benjamin era sensível a esses pontos de convergência que existiam a sua posição pessoal e a dos frankfurtianos.
A escola de Frankfurt á a corrente que tomou corpo em Frankfurt, quando da criação, por um decreto do Ministério da Educação com data de 3 de fevereiro de 1933, por um acordo com a Gesellschaft Für Socialforshung, de Instituto de Pesquisa Social, cuja criação já em 1922 Geselach tinha proposto. A origem do Instituto é iniciativa de Félix J. Weil, filho de um negociante de cereais, que fizera fortuna na Argentina. Weil, doutor em ciências políticas, organizou a “Primeira Semana de Trabalhos Marxista” durante o verão de 1922 em Ilmenan, na qual participaram nomeadamente Lukáscs, Korsch, Pollock, wittfogel, e que devia lançar a noção de um marxismo “verdadeiro” ou “puro”. Assim nasceu a idéia de uma instituição permanente sob a forma de um Instituto de Investigação Independente, que se beneficiou de um donativo de Hermann Weil e de um contrato com o Ministério da Educação, cujo diretor devia ser titular de uma cadeira na Universidade.
O Instituto para Pesquisa Social da qual a revista era porta-voz, foi obrigado, com a ascensão ao poder na Alemanha do Nacional-Socialismo em 1933, a transferir-se para Genebra, depois para Paris, e, finalmente, para Nova York. Nesta cidade a revista passou a ser publicada com o título de “Estudos de Filosofia e Ciências Sociais”. Com a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, os principais diretores da revista puderam regressar à Alemanha e reorganizar o Instituto em 1950. Portanto, a Escola de Frankfurt é a etiqueta que serve para marcar um acontecimento (a criação do Instituto), um projeto científico (intitulado "filosofia social"), uma atitude (batizada de Teoria Crítica), enfim uma corrente ou movimentação teórica ao mesmo tempo contínua e diversa (constituída por individualidades pensantes).
Os múltiplos interesses dos pensadores de Frankfurt e o fato de não constituírem uma escola no sentido tradicional do termo, mas uma postura de análise crítica e uma perspectiva aberta para todos os problemas da cultura do século XX, torna difícil a sistematização de seu pensamento. Pode-se, no entanto, salientar alguns de seus temas, chegando-se a compor um quadro de suas principais idéias. De Benjamin, deve-se destacar reflexões sobre as técnicas de reprodução de obra de arte, particularmente do cinema, e as conseqüências sociais e políticas resultantes; de Adorno, o conceito de "indústria cultura" e a função da obra de arte; de Horkheimer, os fundamentos epistemológicos da posição filosófica de todo o grupo de Frankfurt. tal como se encontram formulados em sua "teoria crítica", e finalmente Habermas, as idéias sobre a ciência e a técnica como ideologia.
Marcuse cujo caminho se cruzou com o da Escola, a ponto de se ter implicado nele intimamente, seguindo ao mesmo tempo o seu próprio projeto, se bem que com pressupostos teóricos praticamente heterogêneos. Daí o seu estatuto ambíguo, ao mesmo tempo inseparável do destino da Escola, e revelador diferencial da sua identidade própria. Não se pode deixar de evocar Eric Fromm, estreitamente ligado a um certo período da Escola, antes de radicalmente se afastar dela. Outra personalidade que, sem fazer parte da Escola, lhe está ligada em combates paralelos; é assim que vamos encontrar no horizonte da Escola Ernst Bloch, cuja concepção da utopia foi ao encontro das problemáticas e dos temas da teoria crítica, a partir de princípios completamente diferentes.
Assim, a religiosidade de Horkheimer, no fim da vida, não é apenas um refúgio desiludido, é a (re) presentificação do problema da autoridade, pois a Escola não parou de questionar a história à luz do materialismo e do racionalismo na linguagem (crítica) da ciência, sem buscar um "suplemento de alma". Portanto, os esforços teóricos da Escola de Frankfurt são muitos; a crise da história experimentada como a forma histórica do niilismo moderno e de que produz uma bela fenomenologia, regressa à descoberta dessa divisão do saber do sujeito histórico e da verdade do processo - o que se exprime por uma crise do modo de idealização social correspondente. Esta crise conheceu sintomas vários obtendo diferentes respostas dos seus representantes, sendo este um dos temas centrais da Escola de Frankfurt.
O livro Teoria Crítica de Horkheimer, textos escritos entre 1922 e 1936, oferecem um grande interesse histórico, pois foram publicados principalmente nos primeiros números da revista do Instituto, em Leipzig. No Brasil foi publicado recentemente (1991), onde a maioria dos textos tenta redefinir um conceito pleno e crítico da razão contra três correntes filosóficas principais da época: o positivismo que ao endeusar os fatos e a sua descrição, não mantém a tensão entre Vermunft e Verstand; o pragmatismo que ao confundir o critério de utilidade prática da verdade com o sucesso histórico, mistifica a ordem reinante; e enfim, o irracionalismo questionado filosoficamente o pensamento de Marx, retomando Hegel, mostrando ao mesmo tempo, o caráter irrelutavelmente determinado e histórico de cada momento do pensamento, mas também a inserção destes momentos no processo global de realização da razão, a dialética hegeliana desenvolveu justamente ao histórico e as determinando a sua dignidade, tantas vezes negada pela tradição filosófica. O trabalho de Adorno, A Dialética Negativa, de 1966, será justamente a tentativa notável de pensar esta dialética que nenhuma totalidade mais consegue sintetizar.
Adorno e Benjamin são figuras de primeiro plano na crítica e na teoria de arte contemporânea. Benjamin tinha seu ensaio “A obra de arte na Época de sua Reprodutividade”, na conta de primeira teoria materialista da arte pois o ponto central desse estudo encontra-se na análise das causas e conseqüências da destruição da "aura" que envolve as obras de arte, enquanto objetos individualizados e únicos. Para o primeiro, seu mestre inigualável na modernidade foi Benjamin, o mais original nas contribuições à crítica moderna, pois a "crítica da cultura” da Escola de Frankfurt é uma forma intelectual de luta contra a sociedade vigente.
II. É mais ou menos recente o interesse que as obras de Walter Benjamin (1892-1940), particularmente aquelas que tratam de questões de filosofia, crítica e teoria literária, vem despertando em nossos meios intelectuais. Esse filósofo e crítico literário, pensador sistemático, influenciado por diversas correntes intelectuais, dos estudos hegelianos à tradição teológica judaica e ao materialismo histórico, escreveu importantes ensaios sobre Kafka, Goethe, Brecht, Proust e Baudelaire, além de aforismos impressões de viagem e recordações de infância.
Sua obra vem sendo progressivamente publicada e seu prestígio tem crescido surpreendentemente, como o de um crítico antidogmático, que não busca o significado dirigido, que não está interessado em indicar caminhos únicos e irreversíveis. É considerado o mais fascinante teórico da vanguarda européia, o mais audaz e rigoroso segundo Lukács, por tudo isso, a estética de Benjamin continua sendo ainda a teoria possível da vanguarda. Portador duma vida de sofrimento e solidão, um pensamento que emerge do prazer e da dor, ousado, insolente e rebelde, Walter Benjamin desfia as normas de sua época, mas um dia dedicou-se a essa voz que se cala de espanto e de susto dentro da gente, e que só se faz na palavra, no texto, na literatura, feita da essencialidade dos fatos. Benjamin invocou a contradição e fez florescer a divergência e a ambigüidade, um marxista convicto que teve olhos e corações atentos, cujo único pecado foi querer caminhos libertários e independentes para um povo que amou e pelo qual lutou.
Desde muito jovem relacionado aos círculos intelectuais mais importantes deste século, Benjamin foi às vezes incompreendido, às vezes com seu pensamento intencionalmente deformado, na verdade o julgamento crítico reservou-lhe mais ataques e defesas emocionais que operações de análises. Para sua extensão, diversidade e riqueza, a obra de Walter Benjamin constitui uma verdadeira análise do pensamento do século XX. Tanto na vida amorosa como na profissional, Benjamin sofreu muito, nada dava certo. Revolucionário possuído pela paixão de contribuir para a transformação do mundo, mesmo antes de conhecer o marxismo, já tinha consciência de que era preciso alimentar a esperança de que um mundo bem melhor podia ser criado, e sua tarefa como escritor consistia em desmascarar as mentiras da sociedade burguesa, expondo suas fraturas internas e contribuindo para acelerar sua decomposição.
Scholem, Adorno e Brecht seus amigos, eram inimigos entre si e constantemente trocavam insultos, cada um deles queria que Benjamin seguisse uma determinada direção, que explorasse com exclusividade de determinadas potencialidades manifestadas em seu trabalho, e desenvolvesse suas investigações. Por exemplo, Adorno desejaria atraí-lo para o cultivo do pensamento crítico, que o levaria à dialética negativa, Brecht gostaria de vê-lo mergulhado no comunismo e Scholem não perdia as esperanças de vê-lo dedicar-se à teologia judaica. Mas Benjamin preferiu cuidar de preservar sua liberdade interior, para pesquisar em todas as direções que lhe parecessem interessantes. Apesar de não ter conhecido Gramsci, e este também ignorava a suas idéias, paralelamente ao pensador italiano, afastado do seu engajamento político, o ensaísta alemão refletia preocupações idênticas; É através da leitura de História e Consciência de Classe, do filósofo húngaro Georg Lukács lido por Benjamin em 1923, que as análises lukacsianas do fenômeno da reedificação o deslumbraram, e o pensamento de Karl Marx lhe parece proporcionar instrumentos fecundos para a crítica do presente, descobrindo no fundador do marxismo, uma riqueza maior do que aquela que antes havia podido enxergar. Foi Lukács que o influenciou gradativamente, apesar do seu encontro com Asja e Brecht, serem importante para essa virada, mas o potencial já estava todo nele.
III. Walter Benedix Schönflies Benjamin, nasceu a 15 de julho de 1892 em Berlim, era filho do comerciante abastado judeu de objetos de arte Emil Benjamin, que perdeu a fortuna com a inflação alemã após a I Guerra Mundial, e de Paula Schönflies Benjamin, filha de um grande comerciante também judeu. Menino franzino, enfermiço, míope, desde cedo usou óculos e desenvolveu logo com os livros uma relação apaixonada, que o acompanhou por toda a vida. Seus estudos superiores foram iniciados em 1913 e realizados em várias universidades, nas quais sempre exerceu intensa atividade política e cultural entre os colegas, como por exemplo a de presidente do Movimento da Juventude, do qual se afastou em 1914, quando rompeu com o chefe geral Gustav Wynekem (pedagogo), que quis converter o "movimento" num aliado favorável à guerra. Entre 1914/1915, Benjamin continua seus estudos, entre outras coisas, escreve o ensaio Dois Poemas de Friedrich Hölderlin, e passa a estudar em Munique onde conhece Gerschom Gerhard Scholem, o poeta Rilke e se interessou pela obra de Mallarmé.
Em 1917 casa-se com Dora Sophie Pollak por dois motivos, continuar os estudos e evitar seu engajamento no exército alemão, e se transferiu para a Universidade de Berna, onde conhece Ernst Bloch, período bastante eclético para sua formação filosófica. Em janeiro de 1919 ocorre várias revoltas operárias em Berlim, quando Rosa Luxemberg e Karl Liebknecht são assassinados. Em julho Benjamin conclui a tese de doutorado sobre o tema O Conceito da Crítica de Arte no Romantismo Alemão. É a partir de Kant e Fichte que Benjamin busca os pressupostos epistemológicos da crítica literária dos primeiros românticos alemães, especialmente de Friedrich Schlegel, examinando as suas identidades e diferenças metodológicas. Levado pelas dificuldades financeiras, retorna a Berlim no ano seguinte e passa a viver em casa dos pais, onde ficou com interrupção até 1930.
Em 1921 fez amizade com Florens Christian Rang, que no ano seguinte apresentou um dos seus ensaios As Afinidades Eletivas de Goethe, a Hugo Hoffmannsthal que o publicou na revista Neue Deutsche Beiträge, abrindo-lhe as portas para o mundo literário. Benjamin é um dos principais representantes do Instituto de Pesquisa Social, fundado neste mesmo ano por um rico comerciante de grãos em homenagem a seu filho, estudante de ciências sociais na Universidade de Frankfurt, que deu origem a Escola de Frankfurt (neohegeliana), do qual a Revista Pesquisa Social, era porta-voz, constituindo um dos documentos mais importantes para a compreensão do espírito europeu do século XX. Seus colaboradores estiveram sempre na primeira linha da reflexão crítica sobre os principais aspectos da economia, da sociedade e da cultura de seu tempo. Com a ascensão ao poder na Alemanha do Partido Nacional Socialista em 1933, a revista foi obrigada a transferir-se para Genebra (Suiça), depois para Paris e finalmente para Nova York, quando passou a ser publicada com o título de Estudos de Filosofia e Ciências Sociais.
Nos fins de 1923, seu melhor amigo Scholem emigra definitivamente para Jerusalém (Palestina) e durante muito tempo tentará convencer Walter Benjamin a que se reúna a ele, chegando a fornecer-lhe uma bolsa da Universidade de Jerusalém, para aprender o hebraico, apesar das promessas, Benjamin jamais irá para a Palestina. É o ano em que ele publica as traduções de poemas de Baudelaire, prefaciando-as com o ensaio Die Aufgabe des Ubersetzers, e conhece Theodor Adorno (1903-1969), mais jovem onze anos e de quem acabou por tornar-se o seu grande mestre, escutava-o com admiração, apesar de raramente estarem na mesma cidade. Esse contato (marco decisivo) nunca mais foi interrompido, tendo assim a oportunidade de conhecer vários dos seus textos, mesmo antes de serem publicados. Em 1924, estando em Capri para redigir a tese de livre-docência, conhece Asja Lacis (1891-1979), atriz e diretora de teatro letão, além de ser secretária de Bertolt Brecht, passando a estudar o marxismo e no ano seguinte sua tese foi rejeitada pela Universidade de Frankfurt.
A Origem do Drama Barroco Alemão, destaca o papel da morte na visão barroca do mundo, deixando explicitamente a função da alegoria como mediadora entre o barroco e o século XIX. Esta tese, discorre sobre peças de teatro escritas por autores alemães do século XVII, peças em geral conhecidas apenas por uns poucos especialistas, não chegaram a ser encenadas na época em que foram conhecidas. Na realidade, é um livro estranho e perturbador, que não corresponde ao que se espera de uma tese acadêmica. Inicialmente encaminhada ao Departamento de Literatura Alemã, que a recusou, foi posteriormente para o Departamento de Estética, onde dois professores titulares examinaram o trabalho e concluíram que não preenchia os requisitos imprescindíveis.
IV. Aos 33 anos de idade renuncia a carreira acadêmica, ficou sabendo que o caminho da universidade estava fechado para ela, era brilhante demais para ser assimilado, teve sua carreira bloqueada em virtude de seu pensamento antiacadêmico. Durante os anos vinte, viu-se obrigado a se desdobrar em múltiplas atividades para garantir sua subsistência, escrevendo numerosos artigos e resenha de livros que saíram no suplemento de literatura da Frankfurter Zeitung, Internationale Revue de Amsterdam e na Die-Literarische Welt, tendo esta lhe possibilitado muitas viagens, inclusive a Moscou, onde passou dois meses. Até 1933, pode-se calcular em mais de trezentos os artigos publicados, além disso, fazia traduções para o alemão. Asja mulher de Bernhard Reich, jamais separou do marido para viver com Benjamin, era considerada por ele como "revolucionária russa de Riga, uma das mulheres mais marcantes que já conheci", teve indubitavelmente uma influência decisiva sobre sua vida, desde 1924 até 1930.
Benjamin viaja a Moscou em dezembro de 1926, permanecendo até fevereiro do ano seguinte, viagem realizada principalmente para vê-la, encontra-a doente e hospitalizada num sanatório, mas não nos é dado saber nada sobre a natureza de sua doença. Sua visita a Moscou foi também motivada pelo amor pela cidade, por seus espaços públicos, o amor pela Revolução Russa, misturado pelos desejos de conhecer mais de perto seus rumos antes de se decidir pela entrada no Partido Comunista Alemão, que não acontece após retornar de viagem. Durante sua estada escreveu o Diário de Moscou, cujo contexto original, pleno e detalhado, trata-se indiscutivelmente do documento mais pessoal, total e impiedosamente franco, fragmentos autônomos. Benjamin desejava estabelecer em Moscou uma relação produtiva com representantes da vida literária e artística, todos judeus, quase sem exceção, mas fracassou. O centro do diário é seu relacionamento com Asja (que seria forçada mais tarde, a passar muitos anos num campo de prisioneiros, durante os “expurgos” stalinistas), que se revela infinitamente problemático, sendo ela juntamente com Dora e Jula Cohn, sua terceira mulher a ter uma importância central na sua vida. Asja exercia sobre Walter Benjamin poderosa influência, a julgar pela dedicatória de seu livro Rua de mão única: “Esta rua chama-se rua Asja Lacis em homenagem àquela que, como engenheiro, abriu-a no autor, publicado em 1928”.
O Trabalho das Passagens, é um conjunto de ensaios e anotações que não chegou a ser concluído, nem foi até hoje totalmente publicado. Benjamin trabalhou pelo menos quatorze anos (1927-40), e sua preocupação com o processo de mudanças ocorridas na arte, especialmente na lírica encontra sua inspiração nas “passagens” existentes, já no século XIX em Paris. Seja pela sua montagem dos vários fragmentos, seja pela ênfase dada ao choque e à relação da arte com a vida social. Nesse livro, a atualidade artística e política são determinadas pelo ensaio sobre A Obra de Arte na época de sua reprodutibilidade técnica, onde Benjamin analisa a “perda da aura”, ao afirmar que a reprodução técnica, o aqui e o agora, característico da obra de arte desapareceram ou no mínimo, se desvalorizam, destruindo-se assim o que ele denominou de aura. Em detrimento de sua dimensão esotérica, vanguardista e materialista, a partir dos anos 30, obras como O Narrador, os ensaios sobre Baudelaire, Kafka e Proust, são consagrados a esta transformação da função da arte e suas conseqüências estéticas e ontológicas: - a perda da aura, o fim da narratividade, o abalo da tradição, todos esses fenômenos abundantemente comentados por ele. A modernidade tem as suas paixões particulares, e Baudelaire na sua teoria do moderno, indicava como o suicídio, a paixão particular da vida moderna. Segundo Walter Benjamin no ensaio Paris do Segundo Império, diz que a modernidade deve estar sob o signo do suicídio, que sela um querer heróico que não faz concessões à atitude que lhe é hostil. Tal suicídio não é desistência, mas heróica paixão. É a conquista da modernidade no âmbito das paixões.
Em 1930 se oficializou seu divórcio com Dora Sophie (1890-1964), dois anos depois passou o primeiro período do ano na ilha de Ibiza, onde pensou em se suicidar, escrevendo inclusive cartas de despedida aos amigos e redigindo o testamento que nomeava Schlem como responsável por seu espólio, dando direitos de herança ao filho Stephan (1919-72), na época com quatorze anos de idade. Com os nazistas no poder, Hitler é feito chanceler do Raich e após incêndio do Reichstag por eles, uma onda de repressão se seguem sobre a oposição de esquerda, são presos mais de dez mil comunistas e social democratas. Com a ascensão do nazismo, Adorno perdeu o direito de lecionar na Alemanha e no ano seguinte transferiu-se para a Inglaterra, iniciando um exílio que se prolongaria por quinze anos. Benjamin que trabalhava regularmente para diversas revistas e para a rádio, com o poder crescente do partido nazista, fez com que meios de comunicação de massa renunciassem a seus colaboradores de esquerda ou de origem judaica, contando na época somente com uma promessa de trabalhar no Instituto.
Em 1934 através de Asja e de seu amigo, Benjamin estava providenciando sua transferência para a União Soviética, mas neste mesmo ano, o Instituto, passou a lhe dar as condições mínimas de sobrevivência, desistindo dos planos, porque necessitava da Biblioteca Nacional de Paris, para realizar suas pesquisas. Como bolsista exilado na França, recebia normalmente ajuda financeira, mesmo quando solicitava suplementação por ocasião da grave crise financeira de 1936, que desvalorizou o franco. Às vezes para economizar alguns francos, passava algumas semanas na pequena Ilha espanhola, Ibiza ou em San Remo, onde sua ex-mulher Sophia Pollak tinha uma pensão, ou ainda com Brecht na Dinamarca. A instabilidade material e domiciliar juntamente com os problemas de saúde, que só vieram a se agravar, vivia Benjamin como jornalista e ensaísta.
V. Um dos contratos intelectuais mais importantes para a formação do pensamento de Walter Benjamin, foi à longa amizade (1915-40) de Gerhard Scholem, historiador da mística judaica: “Antes de conhecer Benjamin pessoalmente, vi-o pela primeira vez no outono de 1913, num salão em cima do café Tiergarten, em Berlim. Era um encontro entre um grupo da juventude sionista, ao qual eu pertencia e que, sob o nome de Jovem Judá (Jung-Juda), fazia Propaganda de suas idéias entre os alunos das classes mais adiantadas dos ginásios e de outras instituições afins em Berlim, e o Movimento da Juventude (Jugendbewegung), que atuava nos mesmos círculos e, sob a influência de Gustav Wynekerr, se reunia no Fórum de Debates da Juventude (Sprechsaal der Jugend)”. Benjamin era um homem muito paciente, Asja sua namorada, conta que quando tinha com ele (Scholem) discussões profundas e falava coisas que o magoavam, Benjamin se limitava a balançar a cabeça ligeiramente, de um lado para o outro, em sinal de discreta discordância.
A dialética para Benjamin só pode se fazer como uma fotografia, que fixe a imagem e o lugar das coisas arrastadas pelo turbilhão, só é possível no estado de dispersão e sonho próprio ao homem da metrópole, e esta dialética da distração inscreve o marxismo diretamente na sensibilidade e no pensamento moderno. Para Benjamin todo o paradoxo da modernidade, reside em que a humanidade perdeu parte de sua experiência acumulada, embora precisamente na geração que teve com a guerra uma das experiências mais atrozes da história, é para ele uma espécie de nova barbárie, que arrebenta todas as formas tradicionais de existência e interação. A crise da cultura é própria aos tempos modernos, uma temática particularmente presente em toda a reflexão dos anos 20/30, sendo o capitalismo o responsável pelo grau zero da cultura, com sua destruição sistemática das tradições. Segundo Benjamin, a arte e o pensamento modernos levariam ao extremo este impulso desagregador, estas manifestações bárbaras como pulsões de morte. A teoria da arte moderna de Benjamin é uma teoria da crise da cultura, a tempestade que arrasta inapelavelmente os indivíduos, é a modernidade.
Em Rua de mão única, a história é portanto para ele uma catástrofe que se abate sobre o homem moderno. É o seu caminhar, estonteado para a morte, a sua decadência, e a fascinação da decadência, do horror, é comum a toda a cultura moderna, e muitos dos pensadores contemporâneos levariam às últimas conseqüências, fariam dela um caminho sem retorno. Publicado em 1928, este intrigante livro que a crítica teve grande dificuldade de classificar, e muitos preferiam se calar, é uma miscelânea que reúne considerações políticas e filosóficas, idéias estéticas e literárias, notas de viagem, reflexão sobre o amor, relatos de sonhos, etc. Este trabalho representa a virada de Benjamin para o marxismo, e esta impregnada de elementos surrealistas.
Mas na tentativa de fazer da eliminação do sujeito a salvação dialética do homem, Benjamin não hesitaria em segui-lo nas profundezas. Conforme Adorno, “Benjamin não luta contra o subjetivismo supostamente inchado, mas contra o próprio conceito de subjetivo. O sujeito se dissipa entre os pólos de sua filosofia. Mito e reconciliação... Por isso a filosofia de Benjamin suscita tanto terror quanto promete felicidade”. Tanto as obras de Ernst Bloch quanto à de Walter Benjamin, constituem portanto uma verdadeira teoria da inviabilidade da representação na modernidade, da necessária interrupção da dialética, da sua realização apenas na diversão, na irracionalidade e na destruição. Este itinerário o levaria então junto com seu tempo, ao âmago da desordem espiritual e pulsional e esta sedução pela barbárie traça portanto o destino do marxismo moderno, que não tinha lugar entre o stalinismo e o nazismo. Daí suas obras terem-se centrado na temática da aparição dos objetos como obsolescência, detritos, herança de um mundo em declínio. De qualquer maneira, torna-se cada vez mais evidente que é impossível compreender os caminhos da sociedade e cultura modernas se as análises profundas que Benjamin, fez de suas estruturas e de seus processos, sobre os temas do homem do século XX.
VI. A vida problemática e atormentada desse gênio, que chegou a ser um dos maiores intelectuais do século, era na realidade, possuidor de vários pensamentos. Existe o Benjamin marxista melancólico, que sob a influência de Brecht recusa toda cumplicidade com a cultura burguesa, como existe o Benjamin místico, que sob a influência de Scholem que sustenta somente a teologia pode transformar a vida. Outras das faces do pensador judeu alemão, é que aplaude o declínio da aura e o que se sustenta com as conseqüências de um mundo sem aura, o que prega o advento de uma barbárie purificadora e o que entra em pânico com a barbárie absoluta do fascismo, o que atribui um valor revolucionário à perda da experiência. Todas essas atitudes coexistiram harmoniosamente na obra benjaminiana.
Berlim foi metrópole européia moderna dos anos 20/30, coloca-se aí o centro da vida artística e política, com suas ruas de comércio, cafés e cabarés. Berlim transmite aos seus habitantes uma febre por prazeres, dos divertimentos mais escabrosos, uma sede de aventura e distrações que se intensificariam ainda mais, nesses últimos anos, tentando por todos os meios fugir da crise. Estava a Alemanha mergulhada na crise econômica e na inflação, e a modernidade seria a própria aventura da cultura ocidental, que no esteio do romantismo alemão, consistiria numa tentativa do espírito de reconciliar-se com a vida, gozar as paixões. O fascismo alemão, seria a resposta confusa da pequena burguesia a esta crise de valores, daria abrigo e respaldo a estes impulsos descontrolados. Os trabalhos sobre As Passagens de Paris, sua obra-prima póstuma, consagrada à pré-história da modernidade, que seu racionalismo assume sua forma mais alta e ao mesmo tempo mais audaciosa, onde vamos encontrar a defesa mais intransigente dos direitos da razão. Portanto, o mais original nas contribuições do pensamento benjaminiano à crítica moderna segundo José Guilherme Merquior (1941-1991), consiste no aprofundamento da vinculação entre o nível descrito (a análise estilística) e o conteúdo das obras de arte reflete a luta contra a desumanização e seus aspectos essencialmente históricos, influencia certos limites da condição humana, que acompanha o homem em todas fases do seu caminho histórico, desde que o mesmo se reconheça como tal.
VII. A 23 de agosto de 1939 é firmado o pacto de não agressão entre Stalin e Hitler, dando início a Segunda Guerra Mundial, agravando-se a situação dos exilados alemães na França, que mudou radicalmente, pois de refugiados passaram a suspeitos. No dia seguinte ao trabalho, todos aqueles com idade de 16 a 50 anos de idade e do sexo masculino tiveram que se apresentar no Stade de Colombes, onde permaneceram vários dias sob a guarda da polícia, para em seguida serem enviados a diversos campos de refugiados espalhados pelo interior do país. Bastante doente, Benjamin tentou organizar uma revista literária feita pelos prisioneiros, para mostrar aos franceses a qualidade de seu nível intelectual, chegou até a dar um curso de filosofia, mas felizmente em fins de novembro fora liberado, graças aos esforços dos amigos franceses, particularmente Adrienne Monnier e Jules Romain. De retorno à Paris escreveu as teses Sobre o Conceito de História, sob o impacto do tratado de não-agressão. Nesses últimos escritos, Benjamin critica duas maneiras aparentemente opostas de escrever a história. Podemos observar quanto ao método do historiador “materialista”, deve-se a estética proustiana, que influenciou sobre seu tradutor (Benjamin), é de tal ordem que se viu obrigado durante algum tempo, a renunciar à sua leitura para não cair em “uma dependência de drogado que impedia ... sua própria produção”. De acordo com Benjamin o historiador deve constituir uma experiência com o passado, capaz de identificar novos germes de uma outra história, capaz de levar em consideração os sofrimentos acumulados e de dar uma nova face às esperanças frustradas, de defender um outro conceito de tempo. Ou seja, o estudo do passado era um estudo presente e o estudo do presente significava o passado.
VII. A 23 de agosto de 1939 é firmado o pacto de não agressão entre Stalin e Hitler, dando início a Segunda Guerra Mundial, agravando-se a situação dos exilados alemães na França, que mudou radicalmente, pois de refugiados passaram a suspeitos. No dia seguinte ao trabalho, todos aqueles com idade de 16 a 50 anos de idade e do sexo masculino tiveram que se apresentar no Stade de Colombes, onde permaneceram vários dias sob a guarda da polícia, para em seguida serem enviados a diversos campos de refugiados espalhados pelo interior do país. Bastante doente, Benjamin tentou organizar uma revista literária feita pelos prisioneiros, para mostrar aos franceses a qualidade de seu nível intelectual, chegou até a dar um curso de filosofia, mas felizmente em fins de novembro fora liberado, graças aos esforços dos amigos franceses, particularmente Adrienne Monnier e Jules Romain. De retorno à Paris escreveu as teses Sobre o Conceito de História, sob o impacto do tratado de não-agressão. Nesses últimos escritos, Benjamin critica duas maneiras aparentemente opostas de escrever a história. Podemos observar quanto ao método do historiador “materialista”, deve-se a estética proustiana, que influenciou sobre seu tradutor (Benjamin), é de tal ordem que se viu obrigado durante algum tempo, a renunciar à sua leitura para não cair em “uma dependência de drogado que impedia ... sua própria produção”. De acordo com Benjamin o historiador deve constituir uma experiência com o passado, capaz de identificar novos germes de uma outra história, capaz de levar em consideração os sofrimentos acumulados e de dar uma nova face às esperanças frustradas, de defender um outro conceito de tempo. Ou seja, o estudo do passado era um estudo presente e o estudo do presente significava o passado.
Após o aniquilamento da Polônia, a rendição da Holanda e posteriormente da Bélgica, a França foi invadida pelo exército alemão em menos de um mês, e a 14 de junho de 1940, as tropas nazistas entraram sem resistência em Paris, e levaram uma parte dos textos de Walter Benjamin para Berlim, especialmente os que se encontravam no apartamento de sua irmã, talvez a parte menos importante. Mas com a invasão de Berlim pelos soviéticos, esses textos foram recuperados e levados para Moscou e depois em 1957, doados à Alemanha Oriental. Antes de fugir de Paris, Benjamin entregou outros textos a Georges Bataille, que os escondeu na Biblioteca Nacional, e enviados depois para o Instituto então sediado em Nova York. Outros manuscritos foram preservados por sua mulher, além disso Benjamin tinha organizado um arquivo pessoal (manuscritos, cartas e documentos), mas sempre providenciava enviar cópias para o amigo Scholem, que residia em Jerusalém. Depois de sua morte, seus companheiros de viagem que o acompanhava na fuga, recolheu os documentos que ele guardava consigo, e fez com que chegasse a Adorno em 1942, outros manuscritos como as Teses sobre as Passagem, que pertenciam a Pierre Missac, foram também entregues a Adorno em 1947.
No dia 26 de setembro, depois de empreender uma viagem que durou um dia inteiro, caminhando pelas montanhas e que deve ter-se constituído numa tortura para alguém doente do coração como ele, no lado espanhol da fronteira entre a França e a Espanha, um funcionário da alfândega impediu a entrada de um grupo de intelectuais alemães que fugiam da Gestapo. Um desses intelectuais era Walter Benjamin, que possuía visto de urgência para os EUA, conseguido por Max Horkheimer e um de trânsito para a Espanha. Aos quarenta e oito anos de idade, estampava no rosto sinais de profunda melancolia, não resistiu a tensão psicológica, suicidou-se nas primeiras horas da manhã do dia seguinte, por temor de ser encarcerado, quando fica sabendo que lhe é impossível atravessar a fronteira franco-espanhola. Este gesto, fora pensado muitas vezes, pois em Marselha na véspera de sua partida para Port Bou (Catalunha), ele havia casualmente encontrado o escritor Arthur Koestles, que também fugia dos alemães, e partilhara com ele cinqüenta tabletes de morfina.
Em 1942, Adorno publica as teses Sobre o Conceito de História, num caderno do Instituto de Pesquisa Social e oito anos depois, aproveitando o décimo aniversário da morte do amigo, dedica um artigo que saiu na revista Neue Rundschau. A Europa Oriental, controlada pelos partidos comunistas, era desfavorável para a recuperação de sua obra, devido ao endurecimento da ortodoxia marxista-leninista, que repelia os altos teores de revisionismo do pensamento benjaminiano. Já na Europa Ocidental, capitalista, o preconceito anticomunista predominante, via com sensível mal-estar o marxismo de Benjamin. Somente a partir de 1955, quando a atmosfera da guerra-fria parecia conviver em paz, é que Gretel e Adorno publicam uma coletânea em dois volumes dos seus escritos, os Schriften e juntamente com Scholem uma seleção de cartas, fazendo ressurgir o pensamento benjaminiano. De posse desse farto material e outros recolhidos posteriormente, os discípulos de Theodor Adorno organizaram uma edição crítica da obra de Benjamin, reunida em seis volumes (1972-1982). Apesar de usar o nome do Instituto para impedir que fossem publicados alguns dos ensaios de Benjamin, (O Flaneur, A Modernidade, A Boêmia), Adorno torna-se grandemente responsável por 30 anos de morte dos textos que vieram à luz, somente a partir de 1967. Apesar de não ser considerada completa, pois seus organizadores não tiveram acesso ao Arquivo Benjamin existente na extinta Alemanha Oriental, excluindo os conflitos entre as divergências teóricas, mas de qualquer forma constitui a base filosófica indispensável ao estudo do pensamento benjaminiano.
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