
Carlos Limaverde
Arquiteto e Urbanista.
Com a revolução industrial intensificada nos anos de 1800 desencadeou-se uma série de transformações por todo o planeta. Estas transformações, por sua vez, intensificaram-se a partir da 2° Guerra Mundial, onde ocorreu um grande crescimento urbano e industrial. Diante desse cenário, marcado pelo progresso e pela urbanização das grandes cidades, surgiram vários problemas, como por exemplo, as modificações climáticas. A atividade humana sobre a natureza, a grande quantidade de veículos, indústrias, prédios, o asfalto das ruas e a diminuição das áreas verdes acarretam profundas mudanças na atmosfera local, o que vai contribuir para modificar a temperatura, as chuvas da região e, também, a direção e a Velocidade dos ventos.
ILHAS DE CALOR
Ilha de calor é uma anomalia térmica, onde o ar da cidade se torna mais quente que o das regiões vizinhas. É o aquecimento de uma camada de ar mais próxima ao solo provocado pela grande quantidade de poluentes na atmosfera, principalmente devido à emissão de dióxido de carbono. Podemos também relacionar ao fato de o centro da cidade apresentar uma taxa de alta de calor, enquanto na periferia apresentar uma taxa bem mais reduzida. Estamos falando de uma variação de 3 a 5 graus centígrados.
As causas para a formação de uma Ilha de calor são também derivadas da utilização dos aparelhos de ar condicionado, dos refrigeradores, da fumaça dos automóveis, e fumaça das indústria, promovendo emissões de partículas na atmosfera, ensejando a alteração da qualidade do ar.
Por outro lado, a grande concentração de edifícios, que impede a chegada de energia na superfície e também em função das propriedades térmicas dos materiais urbanos, o calor é rapidamente absorvido durante o dia, mas facilmente liberado durante a noite, gerando uma grande amplitude térmica. Estamos aqui também argumentando que a desorganização urbana, da superpolução provocada hora pelo êxodo rural, hora pelo crescimento vegetativo dos habitantes também é fator de insustentabilidade nas cidades. A supressão da vegetação urbana, o Fortalezense adora cortar árvores, também contribui para a diminuição da umidade no ar causando à redução da evapo-transpiração aumentando a sensação de calor, sem contar ainda com o aterramento das lagoas e a ocupação das matas ciliares dos nossos sofridos rios. Para alguns este fenômeno passa a se chamar efeito estufa equivocando-se quem assim pensa devido o efeito estufa ser um fenômeno causado pela retenção do ar quente em camadas mais elevadas da atmosfera.
Como vimos, o fenômeno da ilha de calor está associado aos maiores índices de poluição da atmosfera. Este fato permite a ocorrência de doenças respiratórias, riscos fatais, principalmente em pessoas que possuem problemas cardíacos.
Para o leitor entender melhor este artigo vamos resumir as causas de maneira didática:
Fatores que provocam a formação de Ilhas de Calor:
· O efeito de interação/radiação e da poluição atmosférica por gases primários e secundários, também, tomam parte nas alterações locais associdas ás ilhas de calor urbanas;
· O uso de condicionadores de ar, refrigeradores, a fumaça dos automóveis e das indústrias provocam aumento do calor na área urbana;
· A grande concentração de edifícios impede a chegada de energia solar na superfície;
· As propriedades térmicas dos materiais urbanos permitem que o calor seja rapidamente absorvido durante o dia, mas, facilmente liberado durante a noite, gerando uma grande amplitude térmica;
· A impermeabilização do solo, asfaltamento, a retirada da vegetação e a diminuição de rios, lagos e mangues diminuem a evapo-transpiração e aumentam o calor.
· A falta de ventilação devido a construção de edifícios com o gabarito alto, isto é, com muitos pavimentos, sem os recuos permitidos pelo nosso código urbano, ou mais precisamente, permitido pela lei de uso e ocupação do solo presente no nosso plano diretor.
Exemplificando as várias ilhas de calor espalhadas pela malha urbana de Fortaleza citamos o bairro Aldeota, fortemente verticalizado e impermeabilizado possuindo picos de temperatura mais elevados do que a região da Maraponga, ainda com bastantes áreas verdes.
Fatores específicos em Fortaleza de agravamento do fenômeno e interação/radiação e poluição é a ineficácia das restrições para a circulação dos carros. Os carros de grande porte são extremamente poluentes liberam cerca de três vezes mais gás carbônico do que carros comuns e pouco se vê este controle. Em Fortaleza, nós temos muito pouco uso de GNV e álcool, que são boas soluções para a Poluição. O fortalezense não é estimulado, educado no trânsito e não tem segurança para se habilitar a usar mobilidade alternativa. Aqui não é popular o uso de bicicletas, e meios não poluentes. O uso de condicionadores de ar e refrigeradores são extremamente necessários devido ao clima de Fortaleza.
Estes são fatores que agravam intensamente a formação do fenômeno” Ilha de calor”.
Dados de 2005 da frota de veículos de Fortaleza:
· Automóvel - 326.372 veículos
· Caminhão - 16.080 veículos
· Caminhão trator - 2.020 veículos
· Caminhonete - 24.770 veículos
· Microônibus - 2.078 veículos
· Motocicleta - 82.722 veículos
· Motoneta - 2.699 veículos
· Ônibus - 4.628 veículos
· Trator de rodas – 24 veículos
(461.000 veículos aproximadamente)
Concluindo, lamentamos o desmonte do sistema de fiscalização urbana, órgãos que deveriam estar presentes , educando, fiscalizando , orientando o sistema de planejamento e gestão da cidade de Fortaleza. Reformas administrativas desativaram o IPLAM – Instituto de Planejamento do Município e a AUMEF – Autarquia Metropolitana de Fortaleza que representavam os instrumentos de gestão democrática e os órgãos a eles vinculados.
Lembro ainda, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, e a Comissão de Avaliação Permanente do Plano Diretor que está presente no Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001 ineficazes. Para a iniciativa privada, quanto menos controle existir melhor. Os índices urbanísticos de construção e relacionados aos espaços urbanos são desrespeitados e obras surgem por força de liminares ( 50 na minha última avaliação) e consolidam-se sem licença, agravando ainda mais as condições de sustentabilidade climática de nossa cidade.
ILHAS DE CALOR
Ilha de calor é uma anomalia térmica, onde o ar da cidade se torna mais quente que o das regiões vizinhas. É o aquecimento de uma camada de ar mais próxima ao solo provocado pela grande quantidade de poluentes na atmosfera, principalmente devido à emissão de dióxido de carbono. Podemos também relacionar ao fato de o centro da cidade apresentar uma taxa de alta de calor, enquanto na periferia apresentar uma taxa bem mais reduzida. Estamos falando de uma variação de 3 a 5 graus centígrados.
As causas para a formação de uma Ilha de calor são também derivadas da utilização dos aparelhos de ar condicionado, dos refrigeradores, da fumaça dos automóveis, e fumaça das indústria, promovendo emissões de partículas na atmosfera, ensejando a alteração da qualidade do ar.
Por outro lado, a grande concentração de edifícios, que impede a chegada de energia na superfície e também em função das propriedades térmicas dos materiais urbanos, o calor é rapidamente absorvido durante o dia, mas facilmente liberado durante a noite, gerando uma grande amplitude térmica. Estamos aqui também argumentando que a desorganização urbana, da superpolução provocada hora pelo êxodo rural, hora pelo crescimento vegetativo dos habitantes também é fator de insustentabilidade nas cidades. A supressão da vegetação urbana, o Fortalezense adora cortar árvores, também contribui para a diminuição da umidade no ar causando à redução da evapo-transpiração aumentando a sensação de calor, sem contar ainda com o aterramento das lagoas e a ocupação das matas ciliares dos nossos sofridos rios. Para alguns este fenômeno passa a se chamar efeito estufa equivocando-se quem assim pensa devido o efeito estufa ser um fenômeno causado pela retenção do ar quente em camadas mais elevadas da atmosfera.
Como vimos, o fenômeno da ilha de calor está associado aos maiores índices de poluição da atmosfera. Este fato permite a ocorrência de doenças respiratórias, riscos fatais, principalmente em pessoas que possuem problemas cardíacos.
Para o leitor entender melhor este artigo vamos resumir as causas de maneira didática:
Fatores que provocam a formação de Ilhas de Calor:
· O efeito de interação/radiação e da poluição atmosférica por gases primários e secundários, também, tomam parte nas alterações locais associdas ás ilhas de calor urbanas;
· O uso de condicionadores de ar, refrigeradores, a fumaça dos automóveis e das indústrias provocam aumento do calor na área urbana;
· A grande concentração de edifícios impede a chegada de energia solar na superfície;
· As propriedades térmicas dos materiais urbanos permitem que o calor seja rapidamente absorvido durante o dia, mas, facilmente liberado durante a noite, gerando uma grande amplitude térmica;
· A impermeabilização do solo, asfaltamento, a retirada da vegetação e a diminuição de rios, lagos e mangues diminuem a evapo-transpiração e aumentam o calor.
· A falta de ventilação devido a construção de edifícios com o gabarito alto, isto é, com muitos pavimentos, sem os recuos permitidos pelo nosso código urbano, ou mais precisamente, permitido pela lei de uso e ocupação do solo presente no nosso plano diretor.
Exemplificando as várias ilhas de calor espalhadas pela malha urbana de Fortaleza citamos o bairro Aldeota, fortemente verticalizado e impermeabilizado possuindo picos de temperatura mais elevados do que a região da Maraponga, ainda com bastantes áreas verdes.
Fatores específicos em Fortaleza de agravamento do fenômeno e interação/radiação e poluição é a ineficácia das restrições para a circulação dos carros. Os carros de grande porte são extremamente poluentes liberam cerca de três vezes mais gás carbônico do que carros comuns e pouco se vê este controle. Em Fortaleza, nós temos muito pouco uso de GNV e álcool, que são boas soluções para a Poluição. O fortalezense não é estimulado, educado no trânsito e não tem segurança para se habilitar a usar mobilidade alternativa. Aqui não é popular o uso de bicicletas, e meios não poluentes. O uso de condicionadores de ar e refrigeradores são extremamente necessários devido ao clima de Fortaleza.
Estes são fatores que agravam intensamente a formação do fenômeno” Ilha de calor”.
Dados de 2005 da frota de veículos de Fortaleza:
· Automóvel - 326.372 veículos
· Caminhão - 16.080 veículos
· Caminhão trator - 2.020 veículos
· Caminhonete - 24.770 veículos
· Microônibus - 2.078 veículos
· Motocicleta - 82.722 veículos
· Motoneta - 2.699 veículos
· Ônibus - 4.628 veículos
· Trator de rodas – 24 veículos
(461.000 veículos aproximadamente)
Concluindo, lamentamos o desmonte do sistema de fiscalização urbana, órgãos que deveriam estar presentes , educando, fiscalizando , orientando o sistema de planejamento e gestão da cidade de Fortaleza. Reformas administrativas desativaram o IPLAM – Instituto de Planejamento do Município e a AUMEF – Autarquia Metropolitana de Fortaleza que representavam os instrumentos de gestão democrática e os órgãos a eles vinculados.
Lembro ainda, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano, e a Comissão de Avaliação Permanente do Plano Diretor que está presente no Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001 ineficazes. Para a iniciativa privada, quanto menos controle existir melhor. Os índices urbanísticos de construção e relacionados aos espaços urbanos são desrespeitados e obras surgem por força de liminares ( 50 na minha última avaliação) e consolidam-se sem licença, agravando ainda mais as condições de sustentabilidade climática de nossa cidade.
Penso que as ilhas de calor não são nada comparado com os prováveis danos causados pelo aquecimento gobal.
ResponderExcluirApesar disto, as ilhas de calor estão excenssialmente ligadas a organização de nossas cidades e por consequência, ao bem estar de nossa sociedade. Não sou um especialista na área, mas acho que um esforço em tornar a nossa cidade nais verde, o invetimento na melhoria dos sistemas de transporte coletivos e pavimentação alternativa em alguma ruas ajudariam a diminuir o problema.